06 outubro 2011

Futuro da Apple está seguro apesar da morte de Jobs.



A Apple perdeu sua grande estrela, Steve Jobs, artesão do seu sucesso espetacular, mas a maioria dos analistas diz que a cultura que ele criou e os progressos realizados pelo grupo sob sua liderança vão sobreviver à sua morte.

Van Barker, da empresa Gartner, resumiu a situação.
– Steve foi uma personalidade de grande destaque e era um homem de negócios extraordinário. Contudo, a máquina não vai parar. Muitas das qualidades de Steve estão gravadas na cultura da Apple.
Esse trabalho será desafiador para Tim Cook, que está à frente da marca da maçã. Sua tarefa é suceder um homem carismático que cofundou a companhia em uma garagem em 1976 e a transformou no primeiro grupo do mundo por sua capitalização de mercado.
Segundo analistas financeiros, as vendas do grupo de Cupertino (Califórnia) deverão ultrapassar os R$ 180 bilhões (US$ 100 bilhões) até o final do mês de setembro.
Steve Jobs era conhecido por se envolver em todos os detalhes da concepção dos produtos de sucesso que, de acordo com uma opinião general, revolucionaram a informática, desde o computador Mac até o iPad. Shaw Wu, analista da Sterne, Agee & Leach, comentou a perda.
– A Apple é sua herança, como a Disney é do Walt Disney e a GE do Thomas Edison. A cultura da inovação, de pensar de maneira diferente, de assumir riscos, vai sobreviver. O desafio e a oportunidade que se apresentam agora para a Apple serão para manter esta cultura. A boa notícia é que Steve colocou em marcha uma equipe sólida.
Para os especialistas, se o sucesso futuro dos aparelhos gera poucas dúvidas, a questão agora reside em determinar a capacidade da companhia de continuar lançando novos 'best-sellers' capazes de atrair os consumidores em massa para a Apple Store em todo canto do mundo.
Enquanto isso, a competição fica cada vez mais acirrada, tanto com os aparelhos que funcionam com o sistema Android do Google como com os tablets lançados por todas as grandes empresas de informática.
Mas os investidores parecem confiantes: as ações da gigante da informática, que têm um valor de mercado de cerca de US$ 350 bilhões, subiram nesta quinta-feira em Wall Street.
De licença médica desde janeiro, Steve Jobs deixou seu cargo no dia 24 de agosto, quando passou as rédeas de forma oficial a seu número dois, Tim Cook, funcionário da Apple desde 1998. Cook trabalhava para distribuir as fábricas, ajustar a distribuição e garantir que os produtos não encalhassem nos depósitos.

Michael Walkley, da Canaccord, também comentou.

– Além da paixão, criatividade e o olho sagaz de Steve Jobs para captar os gostos dos consumidores, acreditamos que com a equipe da Apple, ele construiu talentos sem igual e uma cultura de empresa que são a base do sucesso e da inovação do futuro.
Tim Cook teve na terça-feira (4) seu batismo de fogo com o lançamento da nova geração de aparelhos multifuncionais iPhone, em uma apresentação que foi julgada como monótona por alguns observadores habituados aos "shows" de Steve Jobs. Rob Enderle, analista independente, diz que a Apple perdeu sua magia.
– Com Jobs, nós pensaríamos que o iPhone 4S era melhor do que é na realidade. Neste caso, as pessoas saíram com a ideia de que ele é pior do que realmente é.
Durante a apresentação, Tim Cook se colocou em segundo plano depois de ter enumerado os sucessos já conquistados, deixando ao diretor de marketing, Phil Schiller, as explicações das funções do novo aparelho. Tim Bajarin, da Creative Strategies, analisou a situação.
– No fim das contas, os consumidores não compram os produtos por Steve Jobs, mas pelo que esses produtos podem fazer por eles.